A Associação das Empresas Portuguesas para o Setor do Ambiente (AEPSA) alerta para “as graves consequências” da greve dos motoristas, sobretudo no setor de recolha e tratamento de resíduos e pede uma “resposta política urgente”.
E m comunicado hoje divulgado, a AEPSA “alerta para o risco de paragem de serviços de recolha, tratamento e valorização de resíduos sólidos urbanos”. “Salienta-se que as empresas associadas da AEPSA estão presentes em todo o território nacional, do interior ao litoral, e que, não obstante terem sido ativados atempadamente os procedimentos preventivos de atuação das equipas operacionais, estes mecanismos não são já suficientes e bastantes para assegurar o bom cumprimento das suas obrigações contratuais de recolha, tratamento e valorização dos resíduos”, avisa. Para a associação, este contexto “pode trazer graves consequências a nível de gestão operacional de recolha de resíduos sólidos urbanos – por manifesta insuficiência de combustível capaz de responder aos meios operacionais e técnicos – mas não só: a AEPSA está particularmente preocupada com as implicações que esta situação pode trazer ao nível da saúde pública”. Considerando o impacto crítico desta situação e a identificação dos problemas que as empresas associadas da AEPSA atravessam, a associação manifesta a sua “extrema preocupação e solicita uma resposta política urgente”. A AEPSA é uma associação empresarial que integra cerca de 45 empresas, representativas de toda a cadeia de valor do ambiente em Portugal. A greve dos motoristas que transportam matérias perigosas, começou às 00:00 de segunda-feira, foi convocada pelo Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP), por tempo indeterminado, para reivindicar o reconhecimento da categoria profissional específica. Na terça-feira, alegando o não cumprimento dos serviços mínimos decretados, o Governo avançou com a requisição civil, definindo que até quinta-feira os trabalhadores a requisitar devem corresponder “aos que se disponibilizaram para assegurar funções em serviços mínimos e, na sua ausência ou insuficiência, os que constem da escala de serviço”. No final da tarde de terça-feira, o Governo declarou a “situação de alerta” devido à greve, avançando com medidas excecionais para garantir os abastecimentos e, numa reunião durante a noite com a Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (ANTRAM) e o Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas, foram definidos os serviços mínimos.