Água&Ambiente na Hora O plano de eficiência e produção de energia que o grupo Águas de Portugal está a desenvolver, e que deverá estar concluído em março, prevê um reforço da produção própria de eletricidade de origem renovável, nomeadamente solar, adiantou o presidente, João Nuno Mendes, ao Água&Ambiente na Hora. “A energia solar é uma das possibilidades que estamos neste momento a estudar. Está a ser feito o levantamento daquilo que é o potencial do aproveitamento dessa energia para autoconsumo. Depois teremos que fazer as contas para verificar se se justifica a venda à rede”, explica. ? Os painéis de solar fotovoltaico tanto poderão ser instalados nas coberturas das infraestruturas do grupo como no solo. “É preciso estudar os diagramas de carga para analisar quais são as infraestruturas onde será mais rentável ter esse autoconsumo de energia elétrica produzida a partir de uma base solar, mas precisamos de ver quais as disponibilidades de espaço que existem”, revela. ? Os gastos com energia elétrica representavam, em 2015, mais de metade dos custos operacionais do grupo (59 por cento), excluindo despesas com pessoal e amortizações. “O grande desafio, que já tem sido levado em conta ao longo do tempo, é colocar a energia quer no centro da nossa operação e manutenção, quer no planeamento dos trabalhos de engenharia, quando estamos a falar em construir novos projetos”, sublinha João Nuno Mendes. A ETAR da Guia, em Cascais, que é já autossuficiente em termos energéticos, vai ser visitada amanhã pelo secretário de Estado do Ambiente, Carlos Martins.?Esta ETAR foi dotada de um sistema de cogeração que se baseia no aproveitamento do poder calorífico do biogás, produzido pela digestão anaeróbia de lamas, para produzir energia elétrica. Este investimento permitirá poupar cerca de 1 milhão de euros por ano. Em 2015 o grupo?AdP?produziu em termos globais 27.640 MWh de eletricidade a partir de energia solar fotovoltaica (11,2 por cento) e biogás resultante da digestão das lamas de ETAR (88,8 por cento). ? POUPANÇA DE 37 MILHÕES COM AQUISIÇÃO CENTRALIZADA ? Em novembro o grupo Águas de Portugal assinou dois contratos de aquisição centralizada de energia elétrica, com a Iberdrola para a alta tensão e com a Endesa para a média tensão e baixa tensão especial, o que permitiu uma poupança de 3,7 milhões de euros. ? O consumo da AdP representa 1,4 do consumo nacional de energia elétrica, o equivalente a 665 GWh por ano, sem incluir baixa tensão normal e edifícios. Só o abastecimento de água implica dois terços do total (406 GWh). O restante é aplicado nas águas residuais (218 GWh).