05/11/18
Maria do Céu Albuquerque, presidente da Câmara Municipal de Abrantes e da Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo (CIMT), disse no dia 30 de outubro que colocou o seu lugar de presidente da CIMT à disposição. O motivo está relacionado com facto da Câmara de Abrantes não integrar o novo serviço intermunicipal de gestão do sistema de água em baixa, previsto para o Médio Tejo.
O assunto foi discutido na última reunião da CIMT no passado dia 25 de outubro. Na sessão, sete municípios da região, em concreto Constância, Ferreira do Zêzere, Mação, Ourém, Sardoal, Tomar e Vila Nova da Barquinha, manifes- taram-se favoráveis à adesão na nova empresa intermunicipal. Já os Municípios de Abrantes, Alcanena, Entroncamento, Sertã, Torres Novas e Vila de Rei, não quiseram ingressar no novo sistema de gestão de água em baixa.
“Decidimos e está decidido. Abrantes não entra na agregação dos sistemas de distribuição de água em baixa com os sete municípios do Médio Tejo que prosseguem na perspetiva da criação de uma empresa intermunicipal”, começou por dizer Maria do Céu Albuquerque, reunião do executivo camarário desta terça-feira, aquando lia uma declaração política sobre o assunto.
“Gostava que o nosso município pudesse ter as condições políticas
para liderar este processo. Acolhendo a sede da empresa, participando no capital social de forma a ver os interesses dos seus munícipes salvaguardados. Uma liderança regional que assim nos escapa. Precisávamos de mais tempo para podermos melhor sustentar uma posição diferente daquela que aqui assumimos”, fez notar a autarca abrantina.
Já enquanto Presidente da Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo, Maria do Céu Albuquerque disse defender que todos os concelhos do Médio Tejo têm “a responsabilidade de participar à sua escala e com as condições que se oferecem a cada município, na salvaguarda de um interesse maior
que é o de uma comunidade mais alargada de 250.000 habitantes. Por isso mesmo, coloquei o meu lugar de presidente do conselho à disposição, por não me sentir legitimada para prosseguir nas funções que desempenho ao nível da região”. No entanto, a responsável referiu que os seus colegas autarcas consideraram que a sua prestação não estava comprometida com este processo.
Em finais de 2017, os 13 municípios da Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo (CIMT) entenderam iniciar um estudo com vista à agregação dos seus serviços em “baixa”, denominado “Estudo de Análise de Modelos de Agregação
no ??mbito do Abastecimento de Água e de Saneamento de Águas Residuais”.
Aos dias de hoje, a Câmara Municipal de Abrantes não encontrou no estudo “maturidade suficiente que permita decidir a curto prazo sobre uma matéria tão estruturante para o interesse coletivo”.
Na reunião de Câmara, os vereadores da oposição, Rui Santos (PSD) e Armindo Silveira (BE) lamentaram não ter tido o conhecimento prévio do assunto e nessa sequência terem oportunidade de dar a sua opinião e contributo sobre a adesão no serviço intermunicipal de gestão do sistema de água em baixa.