Ambiente Magazine A fechar o ano de 2014, fomos à sede da Associação de Empresas Portuguesas do Sector do Ambiente (AEPSA), a propósito dos seus 20 anos de existência, que coincidiram com um ano decisivo para as políticas nesta área, com a apresentação de reestruturações para o sector da água e dos resíduos e com a apresentação do Compromisso para o Crescimento Verde, documentos que vão ditar a mudança dos próximos anos no sector do ambiente. Motivos mais do que suficientes para falarmos com Diogo Faria de Oliveira, Presidente da AEPSA, para falar de 20 anos de mudança, ainda que não milagrosos, de desafios actuais e de mudanças inerentes à actividade, num futuro que, segundo acredita, terá uma agenda política a nível mundial marcada pelo Ambiente. A fechar o ano de 2014, fomos à sede da Associação de Empresas Portuguesas do Sector do Ambiente (AEPSA), a propósito dos seus 20 anos de existência, que coincidiram com um ano decisivo para as políticas nesta área, com a apresentação de reestruturações para o sector da água e dos resíduos e com a apresentação do Compromisso para o Crescimento Verde, documentos que vão ditar a mudança dos próximos anos no sector do ambiente. Motivos mais do que suficientes para falarmos com Diogo Faria de Oliveira, Presidente da AEPSA, para falar de 20 anos de mudança, ainda que não milagrosos, de desafios actuais e de mudanças inerentes à actividade, num futuro que, segundo acredita, terá uma agenda política a nível mundial marcada pelo Ambiente. Para Diogo Faria de Oliveira, Presidente da Associação de Empresas Portuguesas do Sector do Ambiente (AEPSA), hoje, tal como há 20 anos, o sector do ambiente enfrenta vários desafios, sendo um dos objectivos da AEPSA antecipá-los ao máximo. Outros objectivos passam também por cumprir a legislação e actualizar o sector e as empresas, tendo por base a evolução mundial. “Quanto mais regulado for o sector do ambiente, mais as empresas se tornam sofisticadas e, com a sofisticação, vem também uma maior quantidade de negócio. As empresas que têm maior capacidade de adaptação são aquelas que conseguem tirar maior partido das alterações”, afirmou, em entrevista à Ambiente Magazine. Talvez por isso, neste sentido, nos últimos anos, um dos focos da acção da AEPSA tenha sido uma eventual privatização do sector das águas, medida que a associação reprova e contra qual se chegou a manifestar. Quando questionado sobre a nova reforma para a recuperação de custos a longo prazo, o presidente ressalva que não se trata de um milagre português, mas sim um conjunto de necessidades de investimento em renovação e um conjunto de desequilíbrios económicos. A privatização “é um não-assunto com uma agenda política. É consensual que ninguém quer a privatização em Portugal. O Governo já disse que não queria, os municípios já disseram que não querem e o sector privado já disse que não quer. E há boas razões para isto. A privatização não resolve os problemas estruturais e os desequilíbrios que o sector atravessa”, defendeu, apontando o facto da agenda política recuperar a palavra de uma forma diabólica e que põe em causa intenções de parceria com empresas privadas, que nunca passariam de concessões. “Portanto, também nós nas empresas privadas não concordamos com a privatização porque ela não resolveria o problema de um eventual encaixe financeiro para o Estado, porque as dívidas da empresa a privatizar, neste caso a Águas de Portugal, não permitem que tal aconteça”. Segundo Diogo Faria de Oliveira, o problema prende-se com o facto do eventual vencedor dessa privatização herdar um conjunto de problemas maior do que o conjunto de benefícios que tiraria. “Há que distinguir e fasear estas alterações. Por um lado temos as fusões de sistemas multimunicipais, que fazem todo o sentido naquilo que é a organização sectorial em Portugal. Aquilo que não faz sentido, por exemplo, é a coexistência de cinco empresas com o mesmo accionista só na região de Lisboa – EPAL, SANEST, SIMTEJO, SIMARSUL, Águas do Oeste. Também não faz sentido o conjunto da disparidade de preços no país, dado que, mais uma vez, há um accionista comum e um interesse comum, e portanto a fusão destes sistemas faz todo o sentido para o sector, numa lógica de gestão e numa lógica operacional. Se alguma questão se pode colocar relativamente às fusões é a forma como estas estão a ser feitas, mas não a sua razão de se