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A Associação das Empresas Portuguesas do Setor do Ambiente (AEPSA) defende um debate “sério” sobre a deposição de resíduos em aterros, sublinhando que se
tratam de infraestruturas “fiáveis” e “fundamentais para uma política ambiental sustentada”.
“No seguimento de diversas manifestações públicas no território nacional, a AEPSA entende que a discussão de um tema tão importante para a política ambiental,
para a saúde pública, para a vida das pessoas, bem como para a manutenção dá tecido industrial do país, se deve realizar de forma responsável, rigorosa e transparente, sem espaço para populismos e oportunismos”, afirma a associação em comunicado.
Em causa está o facto de municípios como Lousada, Valongo e Azambuja se terem manifestado contra o funcionamento dos aterros de resíduos industriais existentes nos seus territórios.
“Os aterros de resíduos industriais são infraestruturas fiáveis e existem em todos os países com sistemas de tratamento maduros e evoluídos. Respeitam elevados e rigorosos requisitos técnicos ambientais de construção e exploração.
Qualquer comparação de aterro com ‘lixeira’ revela um total desconhecimento técnico que importa esclarecer e combater”, ressalva a AEPSA.
Nesse sentido, esta associação pede ao Governo uma “discussão alargada com os operadores do setor” e uma revisão e atualização do Plano Estratégico de Gestão de Resíduos Industriais (PESGRI).
“A AEPSA deixa um claro alerta ao Governo, disponibilizando-se para colaborar, com empenho e realismo, num novo PESGRI que valorize e regule o papel dos aterros de resíduos industriais, como ferramenta necessária na solução global de gestão de resíduos. Portugal precisa de um setor de resíduos robusto, maduro e capaz de enfrentar os enormes desafios com que hoje nos confrontamos”, apontam.
Pára a Câmara de Lousada, a solução passa pela valorização dos resíduos “em unidades habilitadas para o efeito, situadas fora do concelho e não pela sua deposição no aterro da RIMA”.
Em Valongo, a autarquia pretende o encerramento do aterro do Sobrado, gerido pela Recivalongo, alegando que a infraestrutura “foi mal licenciada” e que o seu funcionamento contribuiu para a contaminação das águas.
No mesmo sentido, Azambuja, no distrito de Lisboa, pretende o encerramento do aterro da empresa Triaza, alegando problemas ambientais e maus cheiros. Esta
infraestrutura foi inaugurada em 2017 e representou um investimento de 1,8 milhões de euros, tendo desde o início da sua construção sido contestada pelos
moradores e por partidos da oposição e, atualmente, também pela autarquia. A este aterro, que fica a céu aberto, chegam toneladas de resíduos provenientes de Itália, Reino Unido e Holanda, sendo frequentes as queixas por causa do mau cheiro e da existência de gaivotas que remexem no lixo.