Água&Ambiente na Hora
Por João Pedro Matos Fernandes, Ministro do Ambiente e da Ação Climática:
Não há recanto do nosso planeta e do nosso país que seja imune à chegada do vírus que nos atormenta. Seguindo escrupulosamente o melhor conhecimento científico e as diretrizes de saúde pública, no nosso país decidiu-se pela necessidade ao confinamento, para evitar uma escalada ingerível de casos graves de infeção. Por isso, este é o momento de evitar o contágio, ao mesmo tempo que nos disponibilizamos para as tarefas do dia a dia de que não podemos abdicar.
Os vossos – os nossos – setores são dos mais cruciais à manutenção da vida, no sentido estrito da palavra, mas também no seu sentido social e económico. Por isso, em despacho publicado a 22 de março, determinei os serviços essenciais a assegurar durante a vigência do Estado de Emergência (https://dre.pt/web/guest/home/-/dre/130546176/details/maximized?serie=II&parte_filter=31).
É essencial o setor da água e do saneamento, de que nos têm chegado vários testemunhos de resiliência e de encorajamento dos trabalhadores que se encontram na linha da frente.
É essencial o setor do tratamento dos resíduos, seja o dos indiferenciados e urbanos, seja o respeitante às várias fileiras de valorização, seja, o dos hospitalares, crucial nesta fase em que nos encontramos da pandemia. Também aqui, os testemunhos que nos chegam daqueles que asseguram estes serviços são de empenho e de resistência.
É essencial o setor energético, quer se decline no fornecimento de eletricidade e de gás natural, quer respeite aos combustíveis líquidos e de gás de petróleo liquefeito. Um setor onde operam algumas das maiores empresas portuguesas, que têm mantido o compromisso de serviço a que nos habituaram.
Os profissionais de todos estas áreas, qualquer que seja o seu lugar na cadeia, em empresas públicas, privadas ou em dependências do Estado, são determinantes para o funcionamento da sociedade. Constituem uma coluna dorsal de serviços sem os quais o nosso modo de vida perece. Água de qualidade e segura é a trave mestra da nossa saúde e das nossas atividades económicas. Esgotos tratados devidamente antes da sua rejeição são fundamentais para a existência de cursos de água e de praias com elevada qualidade ambiental. O fornecimento de energia é o sangue que corre nas veias da nossa economia e que nos garante conforto e bem estar nas nossas habitações.
A grande preocupação dos trabalhadores destas empresas deve ser a da segurança, seguindo escrupulosamente as regras que lhes foram determinadas. Acatá-las não é apenas um imperativo pessoal – é um imperativo de segurança coletiva, pela importância das funções que desempenham. Cuidem de vós porque, ao fazê-lo, também cuidam de nós.
Portugal não parou nem vai parar. O futuro vem a seguir e por ele esperamos com ansiedade e confiança. A economia irá crescer, depois deste período negro. Temos de garantir que quando arrancar, o fará dentro dos limites dos nossos sistemas naturais, não contribuindo para as ameaças à nossa existência que, há cinco anos, em Paris, nos comprometemos a combater. Corramos a fazer pela recuperação, mas corramos a fazê-la bem, escolhendo os investimentos que nos permitam eletricidade de fontes renováveis, sistemas eficientes de utilização da água para todas as atividades, consumo mais sustentável e produção mais circular, que aumente o ciclo de vida dos produtos.
Olhemos para o futuro com esperança – não esquecendo a necessidade de valorizarmos e protegermos esta fina camada entre o céu e a terra, a que chamamos vida.
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