Fonte: Ambiente Online Por Diogo Faria de Oliveira, AEPSA De acordo com o INE, existiam 6.181.188 veículos (dos quais 98% eram veículos ligeiros) em Dezembro de 2011. Para onde vão todos estes carros? Para nós, enquanto proprietários de automóveis, o fim do nosso carro termina com a sua venda a um stand, ou a um privado ou, com muito azar, a uma seguradora após um sinistro. Mas para o carro, o fim da sua vida, tem implicações maiores. A atividade económica ligada ao tratamento de Veículos em Fim de Vida (VFV), tem sido sujeita ao longo dos últimos anos, a desafios bastante significativos, nomeadamente através do estabelecimento de uma legislação demasiado rígida, mas com erros e subterfúgios incompreensíveis. Um destes erros foi o fim dos incentivos ao abate de VFV. Estamos convictos que o “custo” do incentivo ao abate é compensado pelo ISV e IRC, que são gerados nas vendas de automóveis novos, pelo que não existe qualquer impacto no orçamento do estado. Segundo estimativas da ACAP – Associação Automóvel de Portugal, só em 2012 encerraram cerca de 2500 empresas do sector automóvel (comércio, reparação e indústria) e perderam-se 25.000 postos de trabalho. Afirmam ainda que esta tendência se manteve em 2013 embora em níveis inferiores aos de 2012. A enorme quebra na venda de veículos novos tem como reflexo imediato o prolongamento da vida dos mais velhos. E o corte no incentivo ao abate de VFV também contribuiu para essa quebra e está a contribuir para a comercialização de veículos com idade muito avançada, que já deveriam estar a ir para abate. Quando tal sucede, é de esperar que a comercialização de peças usadas tenha algum incremento. Mas, inversamente, também neste nicho a atividade se está a verificar uma redução de cerca de 50%, refletindo o enorme aperto financeiro das famílias que têm de relegar para 2º plano a preservação dos bens menos essenciais. Estes resultados geram um impacto muito significativo na atividade dos centros de abate, quer por via da redução do número de VFV cancelados, quer por via da redução da procura de peças usadas. Foram investidos muitos milhões pelas empresas de gestão de resíduos, para garantir o cumprimento de requisitos (que nalguns casos não são exigidos noutros países da europa), que tornaram agora essas empresas insustentáveis na atual conjuntura económica. Aliás, as políticas erráticas neste setor já levaram à suspensão de uma fábrica de baterias elétricas, que representaria um investimento de 156 milhões de euros e a criação de 200 postos de trabalho, e à instalação de uma rede de abastecimento elétrico com mais de 1.300 postos de carregamento que não está a ser devidamente aproveitada. A mobilidade sempre foi e será muito importante nas sociedades. Hoje precisamos de encontrar rapidamente soluções para