Em 2018, a APA Agência Portuguesa do Ambiente) registou um quantitativo de lamas produzidas nas ETAR urbanas, de 531 toneladas. “Este número representa um aumento relativamente ao registado anteriormente, mas não acreditamos que tenha sido uma consequência das EGAR, porque estas não são milagrosas. Pensamos que tem havido uma melhor gestão, por parte das entidades gestoras, mas também uma análise muito forte dos dados, por parte da APA”, sublinhou Inês Ventura, da Agência Portuguesa do Ambiente. Ainda de acordo com a APA, uma pequena fatia destas lamas tem como destino o espalhamento em solos pobres, mas cerca de 95 por cento terão como destino a compostagem, embora estes números não sejam considerados completamente fidedignos. A AdP, a principal entidades produtora de lamas de ETAR urbanas, tem em preparação desde maio o Plano Estratégico de Lamas da AdP.Pedro Póvoa, da Águas do Tejo Atlântico, explicou que este documento deverá dar um salto em matéria de resolução deste problema: “vamos introduzir um novo produto que são as biolamas: energia, nutrientes ou composto para solo, que iremos disponibilizar. É uma forma mais holística de olhar para esta questão das lamas”. A estratégia está a ser coordenada pelo anterior Secretário de Estado do Ambiente, Carlos Martins, e pressupõe um investimento na ordem dos 45 milhões de euros, com a aposta numa multiplicidade de tecnologias, nomeadamente sistemas de hidrólise, secagem solar, entre outras.