A Associação Ibérica de Gás Natural e Renovável para a Mobilidade (Gasnam) e a Associação Portuguesa de Empresas de Gás Natural (AGN) veem com bons olhos a utilização das infraestruturas de gás natural existentes para o transporte de gases renováveis, nomeadamente o hidrogénio.
O coordenador do grupo de trabalho de Portugal da Gasnam, Nuno Moreira, revela que a associação ibérica “apoia totalmente e tentará sempre promover, junto dos seus parceiros, a realização de projetos que possam vir a injetar hidrogénio nas redes”, disse ao Água&Ambiente na Hora, à margem do seminário “Gás Natural: a solução de mobilidade na transição energética”, que se realizou esta quarta-feira em Lisboa.
Nuno Moreira, que é director executivo da Dourogás, acredita que o hidrogénio será promovido pelas empresas de gás, e não por empresas de outras energias renováveis, e espera que este gás possa também ser utilizado diretamente na mobilidade.
Também a AGN encara esta evolução de forma muito positiva. Para a directora executiva da associação, Suzana Toscano, “a utilização plena das infraestruturas existentes, num quadro de transição energética, é muito importante até para a própria rentabilidade económica dessa transição”.
A associação considera que as infraestruturas de gás existentes são críticas para o sucesso deste projeto. “Em Portugal estas infraestruturas têm um peso muito significativo na fatura ao consumidor. Se não forem utilizadas para transporte de gás esse peso mantêm-se”, explica Suzana Toscano.
A utilização das infraestruturas de gás natural para o transporte de gases renováveis é também defendida pelo Secretário de Estado da Energia. No discurso de encerramento do 8º encontro anual da AGN, que decorreu esta terça-feira, João Galamba afirmou isso mesmo.
“Nas próximas décadas, em particular no horizonte 2040, e numa óptica de transição do setor energético, a atual infraestrutura de transporte e distribuição de gás natural desempenhará um importante papel ao permitir a introdução, a distribuição e o consumo de gases renováveis, em particular o biometano e o hidrogénio”.
Além do destaque para a importância que o hidrogénio desempenhará no futuro cenário energético do setor dos transportes e da indústria, o Secretário de Estado realçou ainda a importância do desenvolvimento de uma indústria de produção de hidrogénio verde em Portugal, com potencial para dinamizar uma nova economia, aliada à descarbonização de vários setores.
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