Estações de Tratamento de Águas Residuais vão produzir água mais barata para uso não potável. O plano nacional, que devera ser aplicado até 2030, pretende evitar desperdícios e reduzir os efeitos da seca.
A experiência está a ser feita em vários projetos-piloto. Em Lisboa, por exemplo, na freguesia de Alcântara, a limpeza urbana dos contentores e das ruas é feita com água da Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR); em Mafra, a rega do parque municipal também tem origem em águas residuais tratadas.O objetivo é evitar o desperdício de água potável e dar uma nova vida às águas que saem das estações de tratamento.O secretário de Estado do Ambiente, Carlos Martins, explica que a ideia é alargar o projeto e criar, até 2030, um plano nacional para a utilização de águas residuais tratadas: “De 2020 até 2030 passaremos a ter um novo quadro comunitário, e nesse quadro está previsto, para o ciclo urbano da água, o apoio financeiro que seja necessário para implementar esta estratégia.”Um dos desafios passa por tornar a água residual tratada mais barata do que a água corrente e conseguir a confiança dos consumidores em relação à qualidade.”Haverá estações de tratamento de águas residuais que, pela localização próxima de centros urbanos ou centros industriais, podem ter muita facilidade e com custos reduzidos de fornecer essa água tratada. Depois daremos mais apoio financeiro ao investimento naqueles que tiverem de fazer eles próprios maiores redes, eventualmente bombagem”, garante o secretário de Estado do Ambiente.O preço de venda vai depender ainda de fatores como, por exemplo, métodos de tratamento e sistemas de distribuição.Esta quinta-feira o Governo reúne-se com municípios, associações do setor e gestores de 50 ETAR para analisar uma proposta de diploma sobre a produção e venda deste tipo de água. Trata-se de uma espécie de aquecimento para a apresentação oficial do plano que está marcada para 22 de março, o Dia Mundial da Água.