Jornal de Notícias Meta da UE é até 2030 valorizar 75%. Recolha seletiva é o caminho Estudo Mais de metade (51%) dos resíduos urbanos (RU) produzidos pelos portugueses vão para aterro, um valor muito distante das metas ambientais estabelecidas pela União Europeia, que quer reutilizar e reciclar 65% dos RU até 2025 e 75% até 2030. Em 2030, a UE quer reduzir a reposição em aterro para um máximo de 10% de todos os resíduos.No que se refere aos RU biodegradáveis (os restos de alimentos e plantas verdes não devem ir para aterro porque libertam dióxido de carbono e lixiviados que podem contaminar águas e solos) a situação é similar: em 2016, Portugal depositou 41% e as metas da UE apontam para 35% até 2020.Os números constam do “Estudo sobre a relevância e o impacto dos resíduos numa perspetiva de economia circular”, que a associação Smart Waste Portugal apresenta, hoje, em Lisboa. Luísa Magalhães, diretora da associação, diz que o desempenho de Portugal “não é muito distante da média da UE”, mas é “muito distante de economias como a da Alemanha” Se não houver uma “estratégia colaborativa entre várias entidades do setor, aposta em sistemas de recolha seletiva, investimento em investigação e desenvolvimento, entre outras medidas, será difícil atingir as metas da UE”.Segundo uma síntese do estudo, a que o JN teve acesso, a economia nacional gerou, em 2016, cerca de 14,8 milhões de toneladas de resíduos: 4,9 milhões referem-se a RU e 9,9 a Resíduos Setoriais (construção, industria química, etc). Cerca de 82% do total de resíduos setoriais é sujeito a operações de valorização, uma subida face a 2008. Nos RU ou equiparados, apenas 49% é sujeito a valorização (em 2004 eram 3 4,8 %).