Jornal do Centro Online O presidente da Câmara de Viseu, Almeida Henriques, disse esta quarta-feira (30 de maio) que a criação da empresa intermunicipal Águas de Viseu está posta em causa devido à falta de financiamento europeu para os projetos de abastecimento de água destinados aos oito concelhos que fazem parte da entidade (Viseu, Mangualde, Nelas, Penalva do Castelo, Sátão, São Pedro do Sul, Vila Nova de Paiva e Vouzela). O presidente da Câmara de Viseu, Almeida Henriques, disse esta quarta-feira (30 de maio) que a criação da empresa intermunicipal Águas de Viseu está posta em causa devido à falta de financiamento europeu para os projetos de abastecimento de água destinados aos oito concelhos que fazem parte da entidade (Viseu, Mangualde, Nelas, Penalva do Castelo, Sátão, São Pedro do Sul, Vila Nova de Paiva e Vouzela). O autarca admitiu que se o Governo não assegurar que a futura companhia receberá 50 milhões de euros de apoios comunitários esta poderá não ser constituída passados nove meses depois da assinatura do acordo de criação em setembro de 2017. “Com menos de 50 milhões de euros de garantias de apoios comunitários para a empresa intermunicipal não conseguimos avançar, nem ela é viável. Porque se estivermos a assumir todo este investimento numa perspetiva de um empréstimo de médio prazo, isso é ruinoso para os municípios”, disse em declarações dadas após a última reunião do executivo camarário. Barragem da Maeira está parada Almeida Henriques diz mesmo que por causa deste “ponto de impasse”, o processo de construção da barragem da Maeira, no rio Vouga, está interrompido e aponta responsabilidades à tutela. “Ou o Governo tem vontade política para que esta agregação se faça e que se possa uniformizar os diferentes níveis [de água] que estão nos oito municípios envolvidos, ou se não está interessado, não faz sentido que a Câmara de Viseu assumisse agora o empréstimo de 50 milhões de euros que viesse a ser feito para estas obras”, afirma Almeida Henriques, acrescentando que caso a tutela chumbasse o projeto das Águas de Viseu, os municípios estariam condenados a endividarem-se. O autarca explicou que estão a ser concluídos os estudos necessários para a formalização da empresa, mas que, nas conversas que tem havido com o Governo, a expectativa destes oito municípios “está a ser um pouco gorada”. “Saímos da última reunião que tivemos com o Governo muito dececionados. De cada vez que falávamos num investimento, diziam já não há dinheiro no ciclo urbano da água”, contou. O antigo secretário de Estado da Economia lembrou ainda que “o Governo está a fazer neste momento a reprogramação dos fundos comunitários” e poderia “passar 300/400 milhões do fundo de coesão para as questões ambientais”, ao invés de apostar no Metro de Lisboa e do Porto. Na sua opinião, “o período de seca que Portugal viveu nos últimos anos justificaria isso”. O presidente da Câmara lamentou por isso que os governantes tenham esquecido as promessas deixadas para resolver mais crises de seca como a situação que aconteceu no ano passado, lembrando mesmo as visitas que membros do Governo faziam à região na altura, e acusa o Governo de “empurrar” as autarquias do distrito para os “braços” das Águas de Portugal. “Nós queremos ter um regime autónomo. Nós queremos continuar a explorar o nosso sistema porque conseguimos garantir qualidade às pessoas e preço ao mesmo tempo”, realçou. Almeida Henriques alertou que se as câmaras pagassem o fornecimento às Águas de Portugal, os preços de consumo iriam subir. “Só no primeiro escalão o preço atual dos 54/56 cêntimos teria de passar para 1 euro e tal. Como é que nós íamos explicar às populações que temos de duplicar o custo de água. Não conseguíamos. Se conseguimos produzir água mais barata, então deixem-nos continuar a produzir água e a investir com dinheiro comunitário”, advertiu. Negociações vão continuar Almeida Henriquesdisse que a negociação com o Governo sobre as Águas de Viseuvai continuar e fez votos para que impere o bom senso e que os oito municípios, unidos numa empresa, consigam fazer as obras necessárias para garantir o abastecimento de água. “Queremos avançar com a empresa intermunicipal. Da mesma maneira que o Governo iria apoiar as Águas de Portugal para fazer os investimentos, que apoie agora os municípios”, exortou. Almeida Henriques avisou ainda que a atual Barragem de Fagilde “tem um prazo de validade que daqui a se