PUBLICO ONLINE Agência Portuguesa de Ambiente fala num novo paradigma. A fábrica de papel Celtejo, de Vila Velha de Rodão, vai ser obrigada a reduzir em 52% a carga poluente que despeja no rio Tejo , segundo a Agência Portuguesa do Ambiente (APA). Num comunicado com data de sexta-feira, a APA revela que outras duas empresas também vão ter reduções na carga, mas não divulga quais nem a proporção da redução. “Estas licenças de utilização dos recursos hídricos seguem um novo paradigma, que considera a necessidade dos operadores se adaptarem às consequências das alterações climáticas, em particular aos fenómenos de seca e ao seu impacto na qualidade das massas de água”, diz a APA. A agência revela também que, em todos estas licenças, determina-se uma redução da carga poluente em relação às anteriores e a criação de um período excepcional, decretado pela APA “sempre que as condições meteorológicas ou as condições qualitativas e quantitativas do meio receptor o rio Tejo o exigirem”. “No caso da Celtejo, responsável por 96% do efluente rejeitado, a licença determina uma redução de 52% da carga poluente e estabelece dois períodos: húmido (de 1 de Novembro a 30 de Abril) e estiagem (de 1 de Maio a 31 de Outubro). As condições estabelecidas para o período de estiagem são mais restritivas, obrigando a uma redução da carga poluente”, acrescenta. Se declarado o período excepcional, e durante a sua vigência, a APA poderá impor uma redução ainda maior. Complementarmente, as novas licenças “determinam às três empresas novas e mais exigentes obrigações de monitorização e de reporte do estado do efluente e, à Celtejo, também do meio hídrico receptor”. Para a emissão destas licenças foram tidos em conta os resultados do estudo realizado pela Universidade Nova de Lisboa, que permitiram determinar a capacidade real de carga do rio Tejo. As empresas têm um prazo de dez dias para se pronunciarem sobre os termos das novas licenças. A Celtejo está obrigada a reduzir as emissões poluentes desde final de Janeiro, quando foram detectados fenómenos de poluição no rio Tejo, junto à queda de água do açude insuflável de Abrantes, no distrito de Santarém. Um manto de espuma branca, com cerca de meio metro, cobriu o rio Tejo nesta zona a 24 de Janeiro , levando à recolha de amostras que detectaram a presença de elementos de celulose elevados. Até agora, a Celtejo estava obrigada a um corte de 30%. Continuar a ler