AMBIENTE MAGAZINE A massificação do uso de carros elétricos ou a execução de culturas sustentáveis em áreas protegidas são alguns projetos de empresas portuguesas que hoje participam, em Cabo Verde, num seminário sobre oportunidades de negócio no setor do ambiente. Promovido pela Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) em parceria com o Ministério da Agricultura e Ambiente de Cabo Verde, o seminário “Portugal-Cabo Verde: Uma Parceria para o Ambiente”, a decorrer na cidade da Praia, reúne cerca de dezena e meia de empresas portuguesas com congéneres cabo-verdianas, refere a Lusa. Presente há oito anos em Cabo Verde, em parceria com uma empresa local, a LaboSolar, dedica-se à produção, comercialização e instalação de painéis fotovoltaicos, um mercado “com muito potencial” e que tem registado “um crescimento tem sido sustentado e progressivo”, segundo o diretor executivo da empresa, Rui Serra Lobo. “Cabo Verde é um mercado com muito potencial de ser tornar num hub para toda a África Ocidental”, disse Rui Serra Lobo aos jornalistas à margem do seminário. A empresa, que se dedica também à formação e capacitação técnica de profissionais e empresas cabo-verdianas, tem boas perspetivas de crescimento em 2018 e, complementarmente, quer apostar na massificação do uso de carros elétricos em Cabo Verde. “Fomos a primeira entidade a introduzir carro elétrico em Cabo Verde, para uso da nossa empresa, e temos uma estratégia para trazer e massificar essa tecnologia. A mobilidade elétrica pode ser complementada pela geração de energia pela via fotovoltaica”, disse Rui Serra Lobo. Ricardina Fialho, da empresa RioseAquíferos, está pela primeira vez em Cabo Verde com o objetivo de avaliar as possibilidades de executar projetos agrícolas sustentáveis em áreas protegidas. A empresa, criada por um grupo de consultores que se associaram para procurar oportunidades de trabalho no estrangeiro, dedica-se à monitorização das redes de águas subterrâneas e de abastecimento público, estudos de impacto ambiental e projetos agrícolas biológicos. “Tentamos implementar nas zonas protegidas projetos sustentáveis de agricultura ligados, por exemplo, a plantações de abacate ou kiwi. Temos investidores que nos procuram para encontrarmos terra onde se possam desenvolver projetos sustentáveis”, explicou aos jornalistas. Com um projeto semelhante já elaborado para Moçambique, a responsável pela empresa veio a Cabo Verde para perceber quais as potencialidades neste domínio. “Viemos tentar perceber o plano para as zonas protegidas. A ideia é perceber qual é o plano e, dentro da nossa carteira de investidores e clientes na área agrícola, tentar ver se conseguimos encontrar terra disponível dentro dessas áreas”, disse, adiantando que a empresa pretende começar a elaborar um estudo do país nessa matéria no próximo ano. O ministro da Agricultura e do Ambiente de Cabo Verde, Gilberto Silva, que presidiu à abertura do seminário, destacou, em declarações aos jornalistas, os setores ambientais com maiores oportunidades de investimento. “O setor da água e saneamento demanda bastantes investimentos e pode requerer bastante trabalho de prestação de serviços e consultorias ligadas à identificação, elaboração, avaliação e execução projetos no domínio do ambiente”, afirmou. Gilberto Silva considerou que as oportunidades são “vastas” também em áreas como a conservação da natureza ou a gestão dos riscos ambientais e sublinhou a necessidade de criar “espaço suficiente para as parcerias público-privadas”. No âmbito do programa de cooperação entre Portugal e Cabo Verde decorrem atualmente vários projetos no domínio do ambiente, nomeadamente em áreas como o abastecimento de água e saneamento, áreas protegidas, segurança das barragens e gestão dos resíduos. A embaixadora de Portugal em Cabo Verde, Helena Paiva, sublinhou a importância da apresentação dos produtos e serviços das empresas portuguesas, bem como do estabelecimento de diálogo e parcerias com as empresas e instituições cabo-verdianas. “Convidamos empresas portuguesas do setor do ambiente, com experiência de projetos em Cabo Verde e outras que ainda não estão presentes no mercado e que aqui procuram expandir a sua internacionalização”, disse. “Quer-se um