VIATURAS ELÉTRICAS E A GÁS NATURAL SÃO PROCURADAS
IMPACTO DA RECOLHA NO MEIO AMBIENTE É PONDERADO
Veículos mais amigos do ambiente, com menos ruído e automatizados já constituem a preferência na hora de escolher o tipo de equipamento para recolha de resíduos. “As próprias entidades adjudicantes começam, desde logo, no âmbito do procedimento de contratação, a incluir exigências de equipamentos ‘mais amigos do ambiente’ como critério de avaliação e adjudicação”, confirma a AEPSA (Associação das Empresas Portuguesas para o Sector do Ambiente).
“Viaturas a gás natural serão uma aposta adequada se pensarmos nas Estratégias de Baixo Carbono”, avalia o administrador delegado da LIPOR (Serviço Intermunicipalizado de Gestão de Resíduos do Grande Porto), Fernando Leite, que realça também a importância da mobilidade elétrica, principalmente para viaturas de média e grande capacidade.
LIMITAÇÕES DO GÁS NATURAL
No que respeita, de forma concreta, à utilização de equipamentos movidos a gás natural, a AEPSA considera como principal constrangimento a ausência de postos de abastecimento em número suficiente, espalhados pelo país, que garantam o devido fornecimento das viaturas envolvidas em cada prestação de serviços.
“Tem o próprio prestador de serviços de prever, na sua proposta económica, custos astronómicos relacionados com a construção de um posto de abastecimento próprio nas suas instalações, na ordem dos 700 mil euros, com forte impacto no orçamento”, ilustra a associação. O consultor da Ambirumo, Manuel Piedade, associa o recurso a viaturas elétricas ou a gás natural a várias vantagens, como “menores custos e redução de efeitos ambientais relativamente à esmagadora maioria das viaturas atualmente com motor diesel”. Em termos de equipamentos elétri- cos, nota a AEPSA, a necessidade de recurso a baterias obriga a estudos técnicos mais aprofundados, no sentido de identificar os locais onde as mesmas deverão ser colocadas, para as diferentes tipologias de viaturas, obrigando a um ajuste do fornecedor. “A utilização de viaturas elétricas no serviço de recolha e limpeza urbana se encontra ainda um pouco limitada em termos de autonomia, para garantir o funcionamento do equipamento e viaturas durante o período de trabalho previsto, sem necessidade de recarga”, sublinha.
ELÉTRICOS MENOS RUIDOSOS
A associação aponta outra vantagem do recurso a equipamentos elétricos de menor porte, como sopradores ou roçadores: a diminuição do ruído. Trata-se de um fator de extrema importância, “especialmente se pensarmos que a maioria dos serviços de recolha e limpeza urbana se realizam em período noturno”. A utilização de viaturas e equipamentos movidos a energias alternativas obriga a um forte ajustamento na gestão de frota de cada empresa, nomeadamente no que respeita à manutenção dos equipamentos em causa, reconhece a AEPSA que, no entanto, enumera as inúmeras vantagens associadas a estas escolhas. “Os equipamentos movidos a energias alternativas aportam um forte impacto, não só em termos de emissões para a atmosfera e diminuição do ruído prestado pelos serviços, mas, de igual modo, em termos da imagem do prestador de serviços e da entidade adjudícante, perante o munícipe”, sublinha.