Água&Ambiente na Hora Se Portugal vai receber o Centro Internacional de Excelência das Nações Unidas para as Parcerias Público Privadas (PPP’s) na área da Água e Saneamento, como o Água&Ambiente na Hora noticiou ontem em primeira mão, muito se deve ao trabalho que Diogo Faria de Oliveira desenvolveu ao longo do último ano. O fundador e diretor executivo da Defining Future Options integra a equipa que está a desenhar para a ONU os standards internacionais das PPP’s para a água e saneamento, e também para a gestão da água e controlo das cheias, que serão utilizados pelo centro visando a concretização dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, nomeadamente o objetivo 6, que diz respeito ao acesso à água e saneamento, e o 17, que prevê as PPP’s para a prossecução desses objetivos.?Diogo Faria de Oliveira foi o responsável por preparar o processo de candidatura de Portugal, aprovado em reunião intergovernamental, e mediou a negociação entre a ONU e o Governo português. Com este centro as Nações Unidas pretendiam promover a disseminação das melhores práticas, dar a conhecer casos de estudo e atualizar os standards, mas Diogo Faria de Oliveira foi mais longe.?”Colocámos mais ambição no centro, nomeadamente com a criação de um grupo internacional de peritos de PPP’s, de uma lista de consultores em PPP’s, quer individuais quer empresariais, disponível para os Governos que entendam lançar este tipo de programas. Há ainda a possibilidade de se certificarem as PPP’s que voluntariamente quiserem vir a ser certificadas por este centro de excelência. Tudo isto são iniciativas nossas, não obrigações, mas algo que entendemos que dá valor, não só ao centro como ao setor”, revela Diogo Faria de Oliveira em declarações ao Água&Ambiente na Hora.?Para o especialista, Portugal tem como mais-valia uma experiência adquirida de 25 anos. “Aprendemos muito nesta evolução e hoje em dia o setor é muito mais sofisticado que há 25 anos. O regulador é mais sofisticado e os operadores mais eficientes e competitivos”, resume. Diogo Faria de Oliveira revela que as parcerias que foram constituídas em Portugal são em tudo semelhantes às que encontrou no resto do mundo ao longo do processo de elaboração destes standards. “Não é por um município ser maior ou menor que um contrato de concessão é mais ou menos exigente. Se houver cuidado a fazê-lo tem que ser exigente. Temos uma experiência que pode ser utilizada tanto pelos bons como pelos maus exemplos”.?Portugal pode ganhar sobretudo com a “retenção e atração de talentos internacionais”, pelo conhecimento que o centro vai trazer de casos de estudo e melhores práticas e também porque se tornará “o centro mundial da política de água e saneamento em termos de PPP’s”, enfatiza. “À volta deste centro serão organizados congressos e um conjunto de encontros de especialistas e Portugal vai atrair um conhecimento internacional que de outra forma não viria tão recorrentemente como com este centro”, resume.? PEOPLE’S FIRST PPP’S?Portugal pode e deve utilizar as melhores práticas e o conhecimento proporcionado pelo centro, sublinha Diogo Faria de Oliveira, mas isso não significa que o número de PPP’s aumente ou diminua, desde logo em Portugal. ?