Água & Ambiente na Hora Os dados ainda são provisórios, mas a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) garante que em 2015 Portugal ultrapassou a meta estabelecida para 2020 de valorização de 70 por cento de Resíduos de Construção e Demolição (RCD). A taxa de valorização de RCD apurada para o último ano é de 71 por cento, de acordo com a metodologia europeia. Destes 71 por cento?24 corresponde?a operações de enchimento, nomeadamente para recuperação de pedreiras em substituição de recursos naturais. “No entanto esta situação pode vir a ser alterada visto que estão?a ser discutidas a nível europeu, no âmbito da Economia Circular, as operações de enchimento. Não vão?ser proibidas, mas haverá uma clarificação para?que?sejam?consideradas?como operações?de valorização de RCD”, esclareceu ao Água&Ambiente na Hora, Ana Sofia Vaz, da APA. Estes dados resultam do primeiro exercício nacional para apuramento da valorização de RCD?levado a cabo pela APA. No âmbito deste trabalho verificou-se que no primeiro trimestre do ano passado 4590 entidades apresentaram projetos para gestão de RCD, uma vez que a legislação obriga desde 2011 à incorporação de cinco por cento de RCD nas obras. No entanto apenas 2346 apresentaram resultados finais e só 798 declararam cumprir a meta. Ainda assim parte significativa de empresas com resultados positivos não estava a cumprir a legislação porque a interpretou mal. “É uma aprendizagem. É a primeira vez que estamos a medir esta atividade”, sublinha.? REDUZIR A CONTAMINAÇÃO?Ainda há muito a fazer neste setor. “É necessário que os operadores percebam que a desconstrução seletiva é importante para reduzir a contaminação dos RCD. Este é um dos grandes problemas deste fluxo de resíduos e que leva ao aumento de custos de gestão”, salientou a responsável no primeiro seminário levado a cabo pelo LNEC sobre a matéria, que decorreu ontem em Lisboa.