Água & Ambiente na Hora A produção de biocombustíveis aumentou 29 por cento em Portugal de 2014 para 2015, mas este resultado só foi atingido graças à obrigatoriedade de incorporação deste combustível verde no gasóleo, explica ao Água&Ambiente na Hora, o secretário-geral da Associação Portuguesa de Produtores de Biocombustíveis (APPB), Jaime Braga. “Vende-se mais gasóleo, logo há necessidade de incorporar mais biocombustíveis”. Segundo o relatório da Entidade Nacional para o Mercado dos Combustíveis (ENMC) em 2015 Portugal registou 388.213 toneladas de biocombustíveis, quase mais um terço do que em 2014, ano em que se ficou pelas 301.092 toneladas.?Em 2013 e 2014 a meta de incorporação foi de 5,5 por cento, mas em 2015 e 2016 subiu para 7,5 por cento, como está previsto na lei, o que significa que 2016 acabará com um aumento considerável, estima Jaime Braga.?O?relatório do primeiro semestre de 2016 da ENMC confirma esta tendência. Só nos primeiros seis meses do ano já foram emitidos títulos de 225.074 toneladas de biocombustíveis. O número só não é mais elevado, realça Jaime Braga, porque os biocombustíveis de origem residual, como a gordura animal ou os óleos alimentares usados, têm dupla contagem e por essa via a meta é atingida mais rapidamente. O fabrico de biocombustíveis utilizou, em 2015, 17 por cento de matérias residuais e 83 por cento de matérias virgens, como óleos vegetais. PRODUTO TEM QUE SER IMPORTADO A produção de biocombustíveis em Portugal não é suficiente para dar resposta a esta procura e por isso parte dos biocombustíveis têm que ser importados, acrescenta Jaime Braga.?A incorporação de biocombustíveis, tanto no gasóleo como na gasolina, tem uma influência mínima na formação dos preços dos combustíveis que encarecem sobretudo devido aos impostos, nomeadamente IVA e ISP (Imposto sobre Produtos Petrolíferos), segundo dados da ENMC.