Jornal de Negócios Online O presidente da Águas de Portugal recusou comentar a intenção do Governo de reverter a reestruturação do sector e preferiu destacar a redução em 20% das tarifas em alta das águas e do saneamento. As tarifas em alta da água e dos resíduos recuaram em média 20% desde que a reestruturação do sector avançou. Assim, as tarifas médias de água e de saneamento recuaram 10% em sete meses face ao que estava projectado.Os dados foram apresentados esta terça-feira, 19 de Janeiro, pelo presidente da Águas de Portugal (AdP) no Parlamento durante a comissão parlamentar do Ambiente, onde foi ouvido no âmbito da reestruturação do sector que arrancou em Julho.É de sublinhar que estas tarifas dizem respeito ao sistema em alta, não ao sistema em baixa que são as tarifas que os consumidores pagam mensalmente. O sistema em alta engloba as actividades grossista do abastecimento de água, de saneamento de águas residuais urbanas e de gestão de resíduos urbanos.Questionado sobre a prometida reversão nesta reestruturação, conforme prometida no programa do Governo de António Costa, Afonso Lobato Faria recusou “comentar programas de Governo” e “orientações políticas” e preferiu “tecer algumas considerações”.Sublinhou assim o “sucesso” do sistema em alta em Portugal, que só foi alcançado por diversos governos terem dado continuidade às políticas já implementadas, ao “construírem em cima do que já está construído”. “É importante que se mantenha este pacto de regime não escrito”, afirmou.O presidente da Águas de Portugal apontou também que dos 200 municípios abrangidos, somente uma minoria contestou esta reestruturação. “29municípios contestaram, os outros 170 não”, afirmou. E destacou que as queixas partiram das autarquias onde a tarifa iria sofrer um aumento no âmbito da reestruturação, o que iria acontecer em nome da “solidariedade” entre municípios do interior e do litoral.As sinergias geradas pela reestruturação vão assim gerar poupanças, anunciou Lobato Faria: com o encerramento de instalações (menos 412 mil euros por ano); redução na contratação de assessorias (menos 174 mil euros por ano); renegociação de contratos com fornecedores (menos 733 mil euros por ano); ou a redução de remuneração de directores (menos um milhão de euros por ano).