Publico Online Engenheiro civil que preside à Águas do Porto tem a tarefa de reverter as reformas no sector das águas e dos resíduos. O nome do novo ministro do Ambiente parece ter sido escolhido a dedo para levar a cabo uma das promessas do Governo de António Costa: reverter as reformas no sector da água e dos resíduos que acabam de ser concretizadas pelo executivo de Passos Coelho.João Pedro Matos Fernandes era, desde Janeiro de 2014, presidente das Águas do Porto, a empresa municipal responsável pelo abastecimento e saneamento na Cidade Invicta. E o Porto é um dos municípios que se têm manifestado contra a reforma do sector das águas, que resultou na fusão de 19 sistemas que gerem a água “em alta” ou seja, da fonte até aos reservatórios municipais em apenas cinco, para harmonizar preços entre o litoral e o interior.Matos Fernandes, de 47 anos, é engenheiro civil e já teve uma passagem pelo Ministério do Ambiente, durante o primeiro Governo de António Guterres. Foi adjunto e depois chefe de gabinete do secretário de Estado Ricardo Magalhães, quando o ambiente estava nas mãos da ministra Elisa Ferreira, entre 1995 e 1999.Antes disso, tinha trabalhado na Comissão de Coordenação da Região Norte, entre a conclusão da sua licenciatura em Engenharia Civil na Universidade do Porto e a de um mestrado na área das infra-estruturas de transportes, no Instituto Superior Técnico.Não voltou a integrar os quadros do ministério no segundo Governo de Guterres, mas ainda foi nomeado, em 2000, como coordenador de uma equipa para acompanhar a colocação em prática dos planos de ordenamento da orla costeira que, até hoje, não estão cabalmente concretizados.Nessa altura, já estava no sector privado, na Quaternaire Portugal, uma consultora para projectos de desenvolvimento local e regional, da qual foi administrador até 2005.Voltou aos cargos públicos um mês depois do regresso do PS ao Governo, com José Sócrates, depois dos curtos governos de Durão Barroso e Santana Lopes (PSD). Assumiu, em Abril de 2005, a posição de vogal da Administração dos Portos do Douro e Leixões (APDL). Entre 2008 e 2012 foi presidente da APDL.Depois de uma passagem por Moçambique, foi convidado a assumir a presidência das Águas do Porto em Janeiro de 2014, pelo recém-empossado presidente da câmara municipal, o independente Rui Moreira.Além do dossier do sector das águas, o novo ministro do Ambiente terá também de desfazer outra das medidas emblemáticas do seu antecessor, Jorge Moreira da Silva: a privatização da Empresa Geral de Fomento, o braço da administração central na área do tratamento do lixo.A reversão da privatização e das fusões na água são duas das medidas que estão nos acordos que o PS fez com os demais partidos de esquerda.