Diário de Notícias Clima. As ameaças que as alterações climáticas estão a provocar em Portugal estão hoje em debate. Encontro antecipa a reunião da ONU Com as expectativas de todos os que defendem a urgência de medidas eficazes contra o aquecimento global concentradas na próxima cimeira das Nações Unidas sobre o Clima (COP21), a EDP, em parceria com o DN, promove hoje uma conferência que servirá para medir o pulso ao que estará em causa nas reuniões de Paris, de 30 de novembro a 11 de dezembro.Com a presença do embaixador Francês, Jean-François Blarel, o encontro – no auditório da nova sede da EDP, na Avenida 24 de Julho – será aberto pelo diretor do DN, André Macedo, e encenado pelo CEO da EDR António Mexia.Entre os intervenientes estará Filipe Duarte Santos, professor catedrático da Universidade de Lisboa e um dos pioneiros do estudo das alterações climáticas em Portugal que, em entrevista ao DN {verão lado), explica as ameaças que as alterações climáticas já estão a materializar, nomeadamente em Portugal, e fala dos obstáculos que ainda enfrentam os que esperam sair de Paris com um acordo definitivo.O encontro inclui ainda um painel sobre “Riscos e Oportunidades: Políticas Públicas e Estratégias Empresariais”, moderado também por André Macedo, em que participam António Mexia, Nuno Lacasta (presidente da Agência Portuguesa de Ambiente), Vasco Mello (CEO Brisa) , João Couto (Microsoft) e Pedro Faria (diretor técnico do Carbon Disclousure Project).Olhos em ObamaComo tem sido hábito nas cimeiras internacionais em que o tema são as alterações climáticas, o papel dos Estados Unidos será decisivo na Cimeira de Paris. Boa parte das atenções estará concentrada na intervenção do presidente Barack Obama, que já assumiu a vontade de fechar um acordo mas tem ainda um longo caminho a trilhar no seu próprio país para o conseguir passará prática.As pressões, de resto, já começaram, com vários membros do Partido Republicano a acusarem o presidente de estar a pôr em risco empresas e postos de trabalho ao assumir um compromisso em torno da redução das emissões de dióxido de carbono pelas centrais elétricas, uma condição imperiosa para a cimeira da ONU terminar com sucesso.”A perceção é que isto é uma questão ambiental para quem gosta de dar abraços a árvores, e que as pessoas focadas nos negócios não querem saber dela ou encaram-na como um conflito com os seus interesses”, admitiu Obama em Wahington, na passada segunda feira. “Mas eu quero que toda a gente perceba que as empresas americanas também querem que isto aconteça.”Entre as 81 grandes empresas que, segundo o presidente dos Estados Unidos, apoiam a causa da redução das emissões de dióxido de carbono, estão a Intel, a Johnson & Johnson e a Berkshire Hathaway.Fora da lista estará seguramente a Exxon/Mobil que, nos últimos tempos, tem estado debaixo de fortes críticas depois de terem sido divulgados artigos-nomeadamente da rede Inside Climate News, vencedora de um Prémio Pulitzer – que revelam os investimentos de milhões de dólares que a empresa tem feito, ao longo dos anos, em grupos que questionam a responsabilidade humana no problema. Acordos de Copenhaga passaram da esperança à desilusão AMBIENTE Em 2009, líderes de todo o mundo juntaram-se na capital da Dinamarca, na cimeira COP15 sobre alterações climáticas. Muitos esperavam que do encontro resultasse um acordo vinculativo que viesse a suceder ao Protocolo de Quioto, que terminava em 2012. Mas as expectativas, centradas no papel de Barack Obama, terminaram em desilusão, com os países a aceitar apenas “tomar nota” das recomendações.