Indústria e Ambiente 10/09/15 Apesar de a água da torneira estar disponível gratuitamente e ser segura em muitos países, a água engarrafada é largamente consumida em todo o mundo, o que tem efeitos negativos no ambiente O estudo Exploring Beliefs About Bottled Water and Intentions to Reduce Consumption: The Dual-Effect of Social Norm Activation and Persuasive Information aferiu as crenças sobre a compra de água engarrafada e testou três estratégias para mudar comportamentos, demonstrando que a combinação entre informação persuasiva e pressão social pode criar a intenção de reduzir o consumo. De 1990 a 2005 a taxa de consumo de água engarrafada mais do que quadruplicou, e segundo algumas estimativas cerca de 200 biliões de garrafas são consumidas todos os anos. São necessários, em média, 3 litros de água para produzir 1 litro de água engarrafada. Com base nas taxas de consumo de 2011, isto equivale a mais de 100 biliões de litros de água desperdiçada todos os anos – uma preocupação importante tendo em conta que a água se está a tornar cada vez mais escassa. A produção de água engarrafada, nomeadamente o embalamento, transporte e refrigeração, gera CO2, contribuindo para as alterações climáticas. Além disso, a maioria das garrafas não é reciclada, acabando em aterros ou poluindo o ambiente natural. Este estudo analisa a psicologia do consumo de água engarrafada. Foram analisadas as crenças das pessoas que consomem água engarrafada através de um questionário online, feito a estudantes de uma universidade holandesa. Também foram estudadas estratégias para a mudança comportamental. Foi pedido aos inquiridos que reportassem o seu nível de consumo de água engarrafada. Foi-lhes também pedido para classificar a verosimilhança de afirmações que descrevem os possíveis resultados de consumir menos água engarrafada, como por exemplo “Reduzir o consumo de água engarrafada não irá reduzir a ingestão de água de elevada qualidade.” A análise de 401 respostas demonstrou que quase todas as crenças se correlacionam com taxas de consumo de água engarrafada, mas com diferentes extensões. Crenças sobre saúde, sabor, qualidade, estilo de vida, o ambiente e falta de alternativas foram significativamente ligadas ao consumo. Por exemplo, aqueles que acreditam que a água engarrafada tem um sabor melhor apresentavam maior probabilidade de a consumir, enquanto os que acreditam que a água engarrafada é prejudicial ao ambiente têm probabilidade de consumir menos. No entanto, a crença de que a redução do consumo de água engarrafada beneficiaria o ambiente teve a mais baixa correlação com o consumo. Já a crença de que a redução do consumo iria obrigar a mudanças significativas no estilo de vida teve a correlação mais significativa. Os inquiridos foram depois distribuídos num grupo de controlo ou em grupos com um de três tipos de influência: informação persuasiva, ativação de normas sociais ou uma combinação de ambas. No grupo que recebeu informação, foi pedido aos participantes que lessem um artigo denominado “A Verdade sobre a Água Engarrafada”. No grupo da norma social, foi dada a falsa informação aos estudantes de que 65 por cento dos seus colegas estavam a tentar reduzir o consumo de água engarrafada. O terceiro grupo consistiu numa combinação dos dois anteriores, enquanto o grupo de controlo apenas respondeu ao questionário. Analisados os resultados, foi perguntado aos participantes quais eram as suas futuras intenções em relação à compra de água engarrafada, especialmente o número de garrafas que pretendiam comprar nas quatro semanas seguintes. Foi no grupo sujeito à informação e ao efeito da norma social que a persuasão mais se fez sentir – verificou-se uma intenção de reduzir em quase 28 por cento o consumo de água engarrafada. No grupo da informação a redução prevista foi de 20 por cento e no da norma social de 16,7 por cento. Os investigadores pretendem que o estudo seja uma ferramenta que auxilie no desenvolvimento de mensagens persuasivas, e recomendam q