Ambiente Online Resíduos têm que ser reencaminhados para unidades da Europa com custos associados As baterias de iões de lítio, usadas nos carros eléctricos, não têm opções de reciclagem em Portugal e por isso estes resíduos têm que ser reencaminhados para unidades da Europa com todos os custos associados. O alerta é deixado pelo director geral da Valorcar, Ricardo Furtado, que considera este um dos grandes desafios do futuro no que diz respeito à gestão dos fluxos dos veículos em fim de vida. “Neste momento já temos algum volume de veículos híbridos e eléctricos nas estradas e começamos a recolher essas baterias e a ter custos de encaminhamento dessas baterias para unidades de reciclagem. É algo que vamos ter que resolver no curto prazo”, explica em declarações ao Ambiente Online. Esta questão representa para o responsável “uma mudança de paradigma” na medida em que a maior parte dos carros convencionais têm baterias de chumbo, que por sua vez “têm opções de reciclagem perfeitamente definidas hoje em dia”. Por outro lado, alerta Ricardo Furtado, contam-se ainda pelos dedos de uma mão as unidades que existem para reciclar as baterias de iões de lítio na Europa. Além da necessidade de reciclagem destas baterias, que têm que ser adequadamente embaladas e transportadas, há também que ter atenção outros aspectos que a sua gestão encerra, nomeadamente os riscos de electrocução e de incêndio. A pensar nos riscos que este tipo de material auto inflamável representa a Valorcar quer promover acções de formação dirigidas aos bombeiros, que são os primeiros a acorrer a um local em caso de acidente, de forma a esclarecer sobre a correcta forma de manuseamento deste material. A questão foi debatida durante o painel dedicado aos veículos em fim de vida no Encontro Internacional da Ciência para a Reciclagem que decorreu no Porto, na Fundação Dr. António Cupertino de Miranda, a 22 e 23 de Janeiro.