Diário Económico O Governo voltou ontem a invocar, no Parlamento, o interesse nacional na privatização da Empresa Geral de Fomento (EGF), cuja operação está a ser contestada pelas autarquias. O mais recente episódio envolve a providência cautelar interposta, na passada semana, pela Resulima, uma das 11 empresas que os municípios partilham com a EGF. Esta foi aceite liminarmente pelo Supremo Tribunal Administrativo, aguardando-se agora a contestação do Executivo. O ministro do Ambiente, Jorge Moreira da Silva, argumentou que o Governo defende os interesses dos consumidores e alguns municípios, apenas valores regionais. “A grande divergência é que o Governo defende consumidores e alguns municípios defendem interesses territoriais”, argumentou Jorge Moreira da Silva, citado pela Lusa. O deputado Pedro Farmhouse, do PS, mostrou preocupação com a situação e considerou que “um dos principais activos do grupo Águas de Portugal está a ser vendido ao desbarato e com prejuízo para o consumidor”. Para Luís Fazenda, do Bloco de Esquerda, a privatização “é uma opção claramente contra os municípios”. Já Manuel Tiago, do PCR frisou que, se todos municípios estão a defender os interesses regionais, “todos somados dão o interesse nacional” e questionou o ministro acerca de quem está realmente a defender o interesse do país. O ministro do Ambiente recordou que a EGF necessita de realizar investimentos de 350 milhões de euros até 2015, mais de 600 milhões até 2030 e que as infra- -estruturas vão voltar aos municípios em 2034, quando termina o contrato de concessão. A venda da participada da Águas de Portugal para o negócio dos resíduos sólidos urbanos levou sete ofertas não vinculativas à Parpública. Uma lista que inclui três concorrentes nacionais (Mota-Engil, DST e o agrupamento EGEO/Antin), e quatro estrangeiros (a espanhola FCC, o consórcio Odebrecht/Solvi, e, segundo o “Público”, os chineses Beijing Capital e a belga Indaver. A.M.G. O MOMENTO O ministro do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia, Jorge Moreira da Silva, quer concluir a privatização da EGF em Julho. Uma data que pode ficar comprometida com a contestação jurídica por parte das autarquias.