“Não podemos consumir toda a água e energia que queremos” avisou ontem Matos Fernandes, ministro da Ambiente e Transição Energética (MATE), no encerramento da Conferência Água & Energia promoovida pela ADENE em Lisboa. O governante referiu-se à ligação inequívoca entre água e energia e na falta de consciência dos portugueses para o valor dos dois recursos. “A dimensão económica da água é menos percetível que a da energia para o cidadão comum”, referiu o ministro lembrando que “vinte anos e 10 mil milhões de euros depois passámos de de 50% de qualidade da água para 98%” o que poderá levar a uma menor noção do seu valor. Matos Fernandes também introduziu a escassez como fator de consciencialização ainda por fazer “os portugueses não podem gastar toda a água e energia que querem” e referiu-se à economia circular como única via por que, se em alguns recursos existem sempre fontes alternativas, nas matérias primas isso não acontece. “são os recursos mais finitos de todos”, priorizando a reciclagem como estratégia incontornável de médio e longo prazo. No paralelismo entre água e ambiente salientou ainda os percursos inversos, quase paradoxais: “Na água a evolução deu-se através da redução de três mil para 300 fontes de origem. Na energia, com o desenvolvimento do fotovoltaico, dar-se-á o contrário, a produção descentralizada” concluiu.