SIC Notícias O ministro do Ambiente defendeu, em Bruxelas, que a “economia verde” deve ser uma das prioridades de Portugal, numa altura em que se aproxima a saída do programa de assistência, pois esta é também uma área de crescimento económico rápido. “Num momento em que Portugal se aproxima do final do memorando de entendimento, é necessário, a par da responsabilidade orçamental, que continuará a ter de estar connosco durante muitos anos, encontrar um novo modelo de desenvolvimento com reformas estruturais e com investimentos seletivos, apostando em áreas estratégicas”, sendo “uma dessas áreas o crescimento verde”, sustentou hoje Jorge Moreira da Silva. O ministro, que falava à margem de uma cimeira do chamado ‘Grupo do Crescimento Verde’ — que integra 13 Estados-membros da União Europeia -, salientou que “Portugal, que neste momento procura identificar opções que vão para lá de um resgate, um novo modelo de desenvolvimento que vá para lá do memorando de entendimento, facilmente conclui que a economia verde integra uma grande potencialidade, não apenas para a proteção ambiental, mas também para a criação de emprego e para um crescimento sustentável”, e não apenas no médio e longo prazo. Além do mais, sublinhou, atendendo a que “o país precisa de apresentar setores onde pode crescer não só no futuro, como também no curto prazo”, a economia amiga do Ambiente “é uma área de crescimento que se situa em 4% ao ano”, disse, acrescentando ser difícil encontrar “muitas áreas que possam crescer em termos económicos com um nível como este”. “Temos, nesta área, condições para gerar resultados económicos e emprego no curto prazo”, asseverou. Moreira da Silva salientou que Portugal “tem recursos naturais muito significativos”: “Temos vento, água, sol, biodiversidade, mar, floresta” e ainda infraestruturas que já estão concluídas, um “grande investimento” feito na investigação e desenvolvimento nas universidades, e empresas inovadoras. Por isso, disse, é sua intenção que em Portugal também possa ser lançado “um conjunto de iniciativas para tirar partido do crescimento verde”, razão pela qual já está em diálogo com o sistema científico, com universidades, com organismos públicos, com fundações, organizações não-governamentais e empresa, “precisamente para aplicar também em Portugal um plano de ação para o crescimento verde”, beneficiando do facto de haver novas regras para o quadro comunitário 2014/2020, onde se fixa como imperativo alocar 20% dos fundos comunitários a um modelo de desenvolvimento mais limpo. Ao nível da UE, Jorge Moreira da Silva defendeu que, num momento em que há mais dados que apontam para as consequências das alterações climáticas, mas também para a “imprescindibilidade de olhar para esta área como uma área de competitividade, crescimento e emprego, se justifica lançar esta plataforma que cria as bases para uma politica mais integrada de clima e energia e que aponta para metas mais ambiciosas em 2030”, a serem fixadas desde já. “A Europa está neste momento perante a necessidade de tomar uma de duas decisões: ou utilizar a crise económica, que afeta muitos países europeus, como uma desculpa para adiar decisões relativas a alterações climáticas; ou olhar precisamente para esta área como uma razão adicional para afirmar a sua liderança e o seu compromisso”, declarou. O grupo da economia verde integra 13 países — Reino Unido, Alemanha, França, Itália, Espanha, Holanda, Portugal, Bélgica, Dinamarca, Suécia, Finlândia, Eslovénia e Estónia — que, numa altura em que a Comissão Europeia se prepara para apresentar as opções para o novo pacote de Energia e Alterações Climáticas 2030, defendem uma agenda ambiciosa em termos de política ambiental, também do ponto de vista económico.